domingo, 30 de dezembro de 2012

Saga: família, fantasia, tecnologia e viagens espaciais

2012 definitivamente foi um ano de paixões narrativas, até o seu finzinho. Depois de me tornar viciado em Bakuman e conseguir meu encadernado lindo de WE3 (minha HQ favorita), agora foi a vez de, no finalzinho desse ano, me esbarrar em Saga, uma HQ com somente o primeiro arco completo (com seis edições) até o momento, mas, definitivamente, um dos melhores primeiros arcos que já vi.




Aliás, fica aqui o agradecimento ao amigo Gabriel Oliveira, que me indicou tal maravilhosa obra. A história tem edições mensais lançadas nos Estados Unidos, sob o selo da Image Comics. O roteiro de Brian K. Vaughan (que já fez outros grandes sucessos, como Leões de Bagdá, Y: The Last Man e roteirizou alguns episódio de Lost) e a arte de Fiona Staples é algo de emocionar. Mesmo.

Enredo e personagens

Marko e Alana acabam de ter uma filha. Algo normal se Alana não fosse de Landfall, maior planeta da galáxia, com tecnologia avançada. Algo normal se Marko não fosse de Wreath, a lua de Landfall, onde seus habitantes não usam tecnologia, e sim magia. Algo normal se Wreath (que, traduzindo, quer dizer algo como "coroa" ou "grinalda") e Landfall (que quer dizer algo como "desembarque") não estivessem em uma guerra antiga. No entanto, ao invés de se atacarem, ambos os povos vivem em paz um com o outro. Pelo menos em seus respectivos territórios.

Na história, o embate de verdade entre a sociedade tecnológica de Landfall e os habitantes mágicos de Wreath se realiza em outros planetas do cosmos, planetas menores que são obrigados a escolher o lado da guerra em que tem que lutar. E o foco da história é em um casal procurando, nada mais, nada menos, que paz para cuidar de sua filha recém-nascida.


Alana é nativa de Landfall e possui asas nas costas, assim como grande parte dos habitantes de seu planeta. Após falhar em seus testes escolares, se tornou uma espécie de agente penitenciária de um planeta chamado Cleave (algo como "Fenda") onde acaba se apaixonando por Marko.

Marko é nativo de Wreath e, assim como os habitantes de sua lua (?) natal, possui chifres e é capaz de conjurar magias. Ele foi preso durante um embate entre seu povo e o povo de Landfall e, após se apaixonar por Alana, ela o libertou da prisão. A história de Saga começa quando a filha de Marko e Alana nasce. O bebê possui os chifres de seu pai e as asas de sua mãe. Hazel é o nome da criança e, o mais interessante, ela é a narradora da história!

Saga se foca na necessidade dessa estranha (e linda, por sinal) família sobreviver. Uma união carnal entre Landfall e Wreath é algo inadmissível, e para destruir tais evidências, várias forças do universo se unem para destruir os protagonistas.


Do lado de Landfall, o Príncipe Robô IV é designado pelo seu pai, o Rei Robô, a eliminar Marko e Alana. O Príncipe Robô IV é um personagem incrível: um humanóide com uma espécie de TV na cabeça. É isso mesmo! O roteirista Brian K. Vaughan afirma que a ligação entre os robôs e os habitantes alados de Landfall seria algo como "uma estranha união política entre Estados Unidos e Arábia Saudita". Algo como culturas completamente diferentes sendo aliadas de uma mesma guerra, com os mesmos interesses.


Perseguindo Marko e Alana, do lado de Wreath, temos os freelancers, especialmente The Will (algo como "O Querer"). "Freelancer" é um eufemismo para "assassino de aluguel". The Will é sempre acompanhado pelo seu Gato da Mentira, um felino grande que possui a capacidade de detectar mentiras, e sua conduta moral é explorada durante a história, mostrando que, apesar de ser um assassino, sua "tábua de mandamentos" o totna alguém repleto de morais internas incorruptíveis.


Além disso, temos outra personagem interessante e carismática desse primeiro arco. A jovem Izabel era habitante do planeta Fenda até pisar em uma mina terrestre e se tornar um Horror. Algo como um fantasma com capacidade de criar magias ilusórias. Seu espírito de irmã mais velha, de quando ainda era viva, a faz auxiliar o casal de protagonistas a cuidar da pequena Hazel.

Referências, referências, referências...

A arte de Fiona Staples é para deixar fãs de ficção científica e fantasia boquiabertos. A inventividade de suas criaturas estranhas, as roupas, as cenas de ação, tudo é muito bonito. Sob a batuta do roteiro frenético de Vaughan, a história se desenrola rapidamente, com guinadas e reviravoltas interessantes. A sincronia entre desenho e narrativa é digna de aplausos.


Como toda boa space opera, Saga se embasa em muitas referências anteriores. O trabalho incrível e hipnotizante de Brian K. Vaughan e Fiona Staples é cheio de detalhes que todos nós conhecemos de longa data que, postos da maneira que são postos, nos encanta. Esse primeiro arco é excelente, e remete bem à força do roteirista em fazer primeiras histórias cativantes. O primeiro capítulo de Y: The Last Man para mim é a melhor abertura de série já feita (qualquer série, seja livro, série, ou HQ).

Em Saga, Marko e Alana são uma espécie de Romeu e Julieta sci-fi fantasy. A indumentária de The Will é similar (para não dizer quase igual) à do personagen Lando, de Star Wars. O próprio roteirista já afirmou que concebeu Saga em sua infância, misturando elementos de Star Wars com Senhor dos Anéis. Não sou tão fã de Star Wars, nem de Senhor dos Anéis, no entanto, posso dizer que o resultado dessa mistura é fascinante. 

Além disso, a narrativa in off de Saga lembra livros infantis, com manuscritos e setas apontando coisas na cena, algo que o autor afirmou que também é uma de suas grandes referências para a história. E quando vemos dois povos lutando entre si por causa de território e apoio político, é impossível não lembrar da Guerra Fria.


Para saber um pouco mais sobre referências, tem uma postagem que eu fiz recentemente aqui mesmo nesse blog sobre remixagem. Fica a dica. Além disso, vale demais a pena dar uma passada no blog da Fiona para ver um pouco da (belíssima) arte dela.

No fim das contas, temos um pai com chifres de carneiro na cabeça, uma mãe com asas draconianas nas costas, um bebê com chifres e asas e uma babá fantasma cortada ao meio com tripas à mostra. Uma família viajando por mundos e galáxias procurando ter uma vida normal (na medida do possível). Saga é uma história digna de leitura.

Um comentário:

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