terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Entre robôs e política, a beleza de Code Geass

Apesar de ter assistido à primeira parte do anime nos idos anos do Ensino Médio, somente agora terminei de assistir à segunda temporada de Code Geass. A história de Lelouch Lamperouge perpassa por uma série de animação, mangás e chegou até às rádios. Code Geass: Lelouch of the Rebellion foi criado pela Sunrise, o design dos personagens foi desenvolvido pela CLAMP, e tem um total de 50 episódios divididos em duas temporadas.


O conflito de base da história começa no ano de 2010, quando o Sagrado Império da Britânia derrota as forças japonesas em guerra. O motivo da vitória: um novo tipo de arma de combate chamado Knightmare Frame, gigantes robôs de combate pilotados pelos britannians. O motivo do conflito: jazidas de sakuradite, um tipo de minério usado como combustível. Após conquistar o território, Britannia  dá o título de Área 11 ao Japão. Os japoneses começam a ser chamados de elevens. As cidades são divididas. Nos melhores lugares moram os britannians. No gueto, os elevens.

Após um atentado, a jovem integrante da família real Marianne Vi Britannia morre, deixando no mundo seus dois filhos: o pequeno Lelouch Vi Britannia e a ainda menor Nunnaly. Indignado pela morte da mãe e pelas deficiências de Nunnaly causadas pelo ataque (ela fica cega e paraplégica), Lelouch só recebe indiferença do seu pai, o Imperador da Britannia, que acredita que sua esposa, mãe de Lelouch, e sua filha são apenas vítimas de suas fraquezas.


Prometendo vingança, Lelouch cresce, se torna estudante de uma das escolas mais conceituadas da Área 11, adota um sobrenome diferente para se manter distante dos conflitos familiares e dos holofotes naturalmente direcionados aos membros da realeza. Durante um acidente, Lelouch encontra uma mulher chamada C.C., que concede a ele um poder que pode fazer dele o baluarte da revolução mundial: o Geass.

O Geass de Lelouch dá a ele o poder de fazer as pessoas obedecerem a ele completamente. Basta uma troca de olhares, uma ordem, e pronto. Com o sentimento de vingança ainda pulsando em suas veias, Lelouch se une à resistência japonesa, tornando-se um rebelde (ou terrorista, dependendo do ponto de vista político) e adotando o codinome de Zero, o líder que pretende libertar o japão das garras de Britannia.


Muitos personagens fazem parte da trama. MUITOS MESMO! Vemos o protagonista se metendo em combates repletos de pirotecnia e mortes, no convívio leve e bem humorado da escola, nas ruas dos guetos e bairros ricos da Área 11. Cada episódio é uma emoção, uma revelação, um gancho que impulsiona a narrativa para momentos épicos, de batalhas e estratégias. Code Geass é um anime de tirar o fôlego, tanto pela qualidade da animação, quanto pelos conflitos.

Uma das estratégias narrativas de Code Geass que eu mais gosto são as "migalhas de pão" que se desenvolvem dentro da própria trama. Em determinado episódio, durante alguns segundos, um personagem que só vai se tornar importante vários episódios depois, atiçando a curiosidade do espectador. Code Geass é repleto de detalhes importantes que, com a devida atenção, torna a experiência de assistir esse anime ainda melhor.

O anime tem como protagonista o que, em diversos aspectos, poderia ser considerado o vilão da história. As atitudes muitas vezes fora de ética de Lelouch/Zero, as estratégias e o antagonista que preza pela retidão e pela revolução interna do sistema (Kururugi Suzaku, o melhor amigo de Lelouch) se assemelha muito a outro anime que considero meu favorito: Death Note.


Aos que tem preconceitos com animações estilo mecha (com aqueles robôs gigantes, como Gundam ou Evangelion), Code Geass quebra tradições. Os robôs são apenas coadjuvantes no jogo político que Zero e o Império da Britannia protagonizam no decorrer da história. A animação acerta em muitos pontos, do visual às reviravoltas do roteiro. A primeira temporada é excelente. A segunda, conhecida como Code Geass: Lelouch of the Rebellion R2, consegue fazer algo inacreditável: ser melhor que a primeira.

Se você gosta de tramas políticas, ação e boas animações, Code Geass é recomendável. A guerra travada por Zero ultrapassa as barreiras da Área 11, mexe com passado, presente e futuro; atinge proporções mundiais e trava batalhas diplomáticas. Bombas e robôs gigantes lutam batalhas tão importantes quanto partidas de xadrez em uma sala fechada e pequena. Um dos melhores animes que eu já vi.

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